Os regressos a dentro de nós

Regressos a dentro de nós

Andamos, quase sempre, muito ocupados na nossa vida para olhar para dentro de nós. Fazemos exercícios de autoanálise com a miudeza de uma criança a completar espaços num caderno de colorir.

Gostamos de avaliar tudo ao nosso redor, as pessoas que compõe a nossa vida e, sobremaneira, a nossa existência. Gastamos, portanto, pouco tempo a compreender o que as leva a ser assim, se o trato for connosco.

Há coisas que falham ao nosso redor, sempre haverão, mas muitas vezes não compreendemos a mão que temos nelas. Um sim, para alguns é uma alegria e para outros é uma tristeza. Acontece sempre assim, porque a leitura e a sensação é sempre feita pelo que nos corrói por dentro. Se for bom, bom será; se for mau, mau será.

Nós somos o resultado daquilo que somos, por mais redundante que isso seja. Não queremos cometer erros, mas deixamos que os erros cometidos se acomodem em nós, sem procurar formas de os corrigir. Quando percebemos que eles já ganharam espaço e aumentaram, ficamos amarrados a isso, com uma penitência que não compreendemos como lidar. Culpamo-nos e não reagimos. Queremos reagir, mas não reagimos.

Nós somos o centro de tudo e isso não é egocentrismo. Egocentrismo é outra coisa, mais penalizante e, sem exagerar, triste. Colocarmo-nos no centro de tudo é encontrarmos a nossa paz e convicção para com ela lutar, pelo bem e pelo mal. Somos base, porque somos nós que fazemos a leitura e damos o passo. O primeiro passo da nossa vida, seja para ajudar os outros ou a nós, é sempre nosso. Por isso é que eu digo que não é egocentrismo. Podemos colocar-nos no meio de tudo, para ajudarmos, apoiarmos e amarmos os outros. Isso é ser o centro. Sermos nós e sermos felizes connosco. Mas crescendo, sempre crescendo.