Sou ovarense e digo-o com orgulho

O domingo crescia complacente com sol que se esteirava, sobre a minha pequena aldeia, na escala do mundo. Ovar nunca foi metrópole, nunca conseguiu açambarcar arranha-céus, que depilassem o viridário do todo-poderoso. Apenas nota louvável, de excepção, ao edifício das finanças, que ao cabo da sua parca altura se destaca.

Agitavam-se as hostes ao ritmo de missivas, mais astutas ou ocasionais, a preceito dos beatos ou não. Eu já circulava com o meu veículo, a espalhar o meu olhar pelos óculos, que se reflectiam nos coletes verdes da polícia, bem conjugados com os alegres e coloridos ténis, ou sapatilhas, dos honoráveis atletas. Percebo-lhes a motivação e invejo-lhes a coragem. Saltitam por entre ruas que conheço bem, de longas passadas entre o acelerador e a embraiagem.

Nós, Vampiros de grupo de carnaval, alegrávamo-nos entre piadas soltas e polos pretos, para aguentarmos o calor que afligia e, qual chamariz, trazia as moscas. Porém, bastaram uns corpos esguios – e outros nem tanto – atravessarem-nos o dia com sorrisos, caras de concentração, corpos esquentados, águas como sabor de petróleo, pequenos arrufos, ou acenos de felicidade, para percebermos que qualquer calor que nos salpicasse as costas, seria sempre coisa pouca, se comparado com a vontade daqueles profissionais, uns de amor, outros de vocação, que nos diminuam à certeza que apoiar é bonito, mas participar é resplandecente.

A minha cidade é pequenina, mas dá-me brio ao ego, pela envolvência com que se faz cada evento. Pode ter lacunas, coisas a melhorar, que têm melhorado, mas no fim há sempre uma onda grande de entusiamo e sorrisos, que nos caracteriza como portugueses, mas acima de tudo como bairristas orgulhosos.

Sou ovarense e digo-o com orgulho.

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