O Relvas a cantar e o Pistorius a matar

2012 Virgin Active Sports Industry AwardsQue semana, hein? A nível de notícias tem sido uma mina, a nível de satisfação com elas nem tanto.

Os ídolos, os que aparentemente elevam o esforço humano no desporto, para outro patamar, tendem a desiludir-nos. Depois de Armstrong e a sua dopagem, apareceu um Beckham a amenizar com a bonita doação do ordenado para associações de solidariedade, todavia impedido de ser na totalidade, pois as autoridades franceses obrigam-no a receber um mínimo para ter direito a visto. Chega a ser caricato, não? Um país que viu duas estrelas fugirem para outras nacionalidades, pela forte carga fiscal, agora não permite que um jogador faça a doação de todo o seu ordenado. Vá-se lá perceber as políticas! No entanto, falava era do desporto, do ícone Pistorius, que foi o primeiro atleta com deficiência a participar nuns jogos olímpicos. Um homem que fez das fraquezas forças e agora está ao centro de um imbróglio, que de coerente tem muito pouco. Quem sabe, nada. Pois o amigo diz que ele ligou a dizer que matou a namorada, depois de se ter dito que ele a atingiu ao pensar que era um assaltante, mas rapidamente essa teoria foi ao ar, quando se percebeu que ela tinha sido baleada quatro vezes. Era difícil não ver que afinal era a mulher, no tempo de quatro disparos, não? No entanto, o advogado já negou a premeditação e, inclusive, o assassinato. Ou seja, afinal já não era ladrão nenhum, simplesmente não disparou. Ah, parece que também encontraram um taco com sangue. Afinal, que rol de acontecimentos é este? Ficamos à deriva, cada vez com mais certeza que o desespero dele fica espelhado. Um OJ Simpson sul-africano, ao que tudo indica.

Para se juntar a esta notícia hollywoodesca, ocorrida no sul de áfrica, venho pela manhã a ouvir a minha rádio no carro e eis que Relvas canta. Se Passos Coelho sorriu e elogiou o Grândola Vila Morena, o Relvas arriscou cantar. Boa-disposição? Estômago para as críticas? Sinceramente, penso que nem um nem outra. Simplesmente parvoíce, sensação de ser superior a todos.

Nunca fui apologista de se viver na amenizante ignorância, contudo, com notícias destas, talvez esteja como o Pessoa a invejá-la. Arre, mais vale deixar os jornais fechados, as rádios desligadas e as televisões às escuras.

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