Caso Sócrates

Caso Sócrates

Amigos, também fico satisfeito de ver a justiça a funcionar, mesmo ainda não sabendo o que será a justiça para o(s) caso(s). Aos poucos, vemos os ‘grandes’ serem atacados e isso faz-me crer em melhores ventos. Não pela condenação deles ou não, que isso não me compete a mim avaliar, mas pelo receio e cautela que poderá criar em todos os outros, que fazem destes padrões os seus.

O que é preciso combater não é o Sócrates ou o Palos, é a sensação de impunidade que há muito reside neste país. E, por isso, convém lembrar que quem está a ser julgado não é um mau-político, é, eventualmente, uma má-pessoa. E é isso que acho que as ‘redes-sociais’ não estão a perceber. Não importa que ele tenha praticado um mau socialismo, quando o país precisava de contenção; não importa que ele tenha mentido em relação à ajuda externa ou outras coisas; importa é que ele corrompeu o sistema, com fraude fiscal e branqueamento de capitais, agravados com corrupção. Não confundam as coisas, ou de nada vale este processo. A ideia não é prender maus-políticos, é prender pessoas corruptas. Repito: compreendam as diferenças.

Caso contrário, teríamos que prender todo o actual governo. Sabiam que o défice de 2010 era de 17 mil milhões e passou para 5 mil milhões, sem ter existido qualquer redução da despesa fixa do estado? Pois é, a diferença desses 12 mil milhões de euros está nos impostos que nos foram criados. Sim, atacaram a saúde e a educação, entre outras coisas, mas como pararam a economia e enviaram não sei quantos para o desemprego, aumentaram as despesas intermédias. O que, pasmem-se, faz com que sejamos exclusivamente nós a pagar a dívida e os erros de gestão. Isto não dá prisão, que é só incompetência. E a incompetência deve ser punida, mas de outra forma. Despedimento, por exemplo. Se um país é gerido por pessoas incompetentes têm que ser despedidas. O problema é que na oposição ninguém falou desta questão relacionada com a despesa do Estado. Será que eles fariam melhor? E aqui é que reside a minha dor. A incompetência é transversal a toda uma classe, que se pauta pela sua falta de classe.

Mas, repito, prisão não é para os incompetentes, é para os corruptos. Assim, se começarmos a limpar os corruptos, a colocar os outros (principiantes) a pensarem duas vezes antes de o fazerem, talvez nos liberte algum tempo para começarmos a prestar mais atenção, aí sim, aos incompetentes. Não é um ex-primeiro-ministro que está a ser julgado, nem um político, é um cidadão que, crê-se, é corrupto.
Não é a política que está em julgamento, é a corrupção. Distingam isso, vai ser bom para todos. E a seguir analisem porquê que isto está mal. Não é só por corrupção, por muito que nisso acreditem. Também há uma grande dose de incompetência!

Rebanho

Olho para o caso Sócrates e para o post do Nuno Melo e fico tão feliz como uma criança quando deixa cair o algodão doce.
Se o Sócrates é um mentiroso, a mesquinhez do post do Nuno Melo não é mais digna de elogio.
E é por isso, pela certeza que de um lado e outro nada aprendo, que me deixo andar ao rumo do meu trabalho, à crença, por vezes triste, dos meus sonhos. Que política é coisa de jogos públicos de ódio, sanados em jantares do Ipanema Palace e passeios na margem do Sena.
Com a máxima educação, que se danem os que são corrompidos pelo sistema imposto. De ovelhas está o rebanho cheio.

Olha, o Sócrates voltou

josé sócrates, política, regresso, comentário, josé seguroPrimeiro, confessar que não tive possibilidade de ver o regresso do nosso famigerado Sócrates. Não vi a entrevista, mas por uma nesga que não vi a personagem. Eram umas sete e meia da tarde e lá estava polícia e meia dúzia de pessoas à porta da RTP, não fosse o diabo tecê-las.

Chega a ser castiço falar de diabos e políticos no mesmo texto, até por serem géneros que se confundem. Bem, regressando à temática. Danado do Cavaco, que também não é santo. É, aliás, nas palavras do Sócrates, o grande criador desta maldade que nos assola. Não posso concordar com o Sócrates, nem com nenhum que aponte nomes únicos para uma situação destas, porém dou-lhe alguma razão na parte em que vaticina algumas culpas ao Cavaco. A verdade é que o silêncio dele é enganador, ninguém faz tantos anos de política com a boca fechada. Este Cavaco também faz das suas, na maioria erradas para nós e certas para ele em alguma medida, mas com a pacatez do bico fechado e das bacoradas na hora de loucura, safa-se disto mais como coitadinho do que como culpado. Mas a verdade é que também leva culpas, de agora e de há muitos anos atrás, que também ele lá andou a brincar aos países ricos.

Depois, a confissão do Sócrates de que não pretende regressar à vida política, soa-me a tão verdadeira como as previsões do Vítor Gaspar ou do Passos Coelho. Os portistas que me perdoem, mas é, no fundo, como se o Vítor Pereira estivesse a liderar um Porto em segundo lugar e o Mourinho, desempregado, regressasse a Portugal para comentar os jogos do Porto. Quem quereria o Vítor Pereira? O pluralismo que o Sócrates diz vir proliferar, é o assentimento da inoperância do Seguro. Quer dizer, um dos rostos recentes da nossa política, dos mais associados ao drama que vivemos, com uma hora por semana na televisão, vai conseguir dar 10 – 0 ao Seguro. Um é um predestinado, que mesmo sendo mentiroso, manipulador da verdade, é um orador nato, um brincalhão dos números. Uma vez mais, criando paralelo com o Mourinho, quem não se lembra das suas conferências de imprensa, em fases difíceis, em que ele aparece com números (enganadores) que parecem que ele atravessa uma das melhores fases de sempre? Pois bem, o Sócrates é igual, sabe gerir a factualidade com a nuvem que ele pretende criar.

Resultado?

Segura-te Seguro, estás a prémio!

Depois de um comentário que me fizeram, decidi estender por mais um parágrafo este texto, com uma nota. Aqui vai, um esclarecimento: Sou absolutamente fã do Mourinho e respeitoso por tudo o que ele faça. Até porque ele se defende dessa forma nos momentos menos bons, mas eleva-se depois com as conquistas! Enquanto este, o Sócrates, mantém-se sempre distante das conquistas, porém mais ainda fica o Seguro… e é isso que vai dar raia!
PS – Sou fã do Mourinho, do Sócrates sou somente um “constatador” da sua matreirice!

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ALGUÉM SABE PARA QUE DESCONTO?

Revolta. Pareceu-me uma palavra justa para resumir todo o primeiro parágrafo deste texto.

Sou um jovem em estágio profissional, que há pouco tempo viu o seu valor mensal ser substancialmente reduzido, passou ainda a ser tributado – posso afiançar-vos que num valor superior a 100 € por mês – mas não ganhando com isso direito a fundo de desemprego, os 9 meses continuam a ter somente o valor de estágio. Reduzir o reduzido, penso que é assim que se exprime estes descontos. Baixa? Sim, se não ultrapassar os 100 dias, caso assim aconteça, automaticamente vejo o meu contrato rescindido por justa causa e não mais terei hipótese de o retomar, nesta ou outra empresa. Digamos: é assim, uma gripezita podes apanhar que nós pagamos, nem te atrevas é a uma doença grave, se não já foste.

Faço sensivelmente 60 km por dia para trabalhar, 30 para cada lado, sendo que cerca de metade, talvez mais um pouco, é feito numa SCUT. Porque que eu desconto aqueles 100 € se vou ter que pagar os pórticos na mesma? Estrada nacional? Sim, é alternativa para quem desejar fazer uma peregrinação, para quem tiver um todo-o-terreno. Descontos? Certamente não são para tornar as estradas nacionais verdadeiramente opções.

Tive um pequeno problema de saúde, nada de grave, mas que implica fazer um curativo diário, por indicação médica. Já havia tido esse mesmo problema à sensivelmente dois anos, tendo feito tratamento diariamente durante duas semanas – sem custos. Qual o meu espanto desta feita quando a cada penso que faço me é apresentada a factura!

Expliquem-me então porque reduziram o meu ordenado, porque passaram a descontar mais de 100 € a esse diminuto salário, se não posso circular para o trabalho sem pagar, se as alternativas estão esburacadas, se não posso ficar doente muito tempo, se no caso de ficar algum até os pensos tenho que pagar?

Caramba, digo-o com o respeito de quem não quer dizer: caralho para isto! Conseguiram alcançar toda a vossa ambição de poder, de isenção, alegando que o PEC 4 era excessivamente austero, e isto o que é? Não podemos estar doentes? Reduzem-nos o ordenado, aumentam todas as taxações a fim de alcançar um país melhor, não para nós, para vocês seus paus-mandados, mas no fundo o que pretendem é lentamente matar-nos, tirar-nos todas as réstias de esperança, não hesitando em mandar para fora os que guardam em si alguma expectativa, os que têm alguma opinião.

Digam-me, seria mais fácil governar um país sem pessoas, não era?

Pois eu também vos respondo: seria mais fácil viver num país sem vocês!

Vais-me dizer que fazes o que fazes porque o Sócrates estragou tudo?

Eu respondo: ele não ajudou, mas tu mentiste como ele fez. Tu escondes a verdade. Tanto tu como eu sabemos que os problemas são bastante anteriores a isso. O défice, de que vocês tanto falam, com o qual se defendem, vem do tempo que entramos para a União Europeia, sim era o teu parceiro Cavaco – que Deus o proteja, a si e à sua misera pensão de 10.000 €.

Defendeste com os elogios da TROIKA? Com as palavras amigas da Merkl?

Então eu respondo-te: BURRO! Não percebes que para eles é indiferente se o país morrerá? Se as pessoas se tornam zombies de cidades desertas? Eles VENDERAM-TE dinheiro, otário! Eles querem apenas que pagues… tudo o resto, para eles, vale o mesmo que para ti vale cada velhinho que não tem dinheiro para a medicação, cada jovem que deixa o ensino superior por falta de dinheiro, cada empresa de distribuição que fecha por não conseguir pagar a factura dos pórticos, que por diversas vezes já cobraste a duplicar!

Neste momento, como em todos os outros, eu orgulho-me de dizer que sou português porque não viro as costas ao meu país, tenho somente vergonha de dizer que este bela terra, à beira mar plantada, foi capaz de criar um ser como tu. Não pondo em causa a dificuldade das responsabilidades que tens a teu encargo, ponho em causa as mentiras que passas ao povo, a forma como levaste à cruz o anterior, para não mais seres que uma fotocópia dele com o acréscimo desse teu sorriso tirano, dessa tua postura opressora, dessas tuas palavras ditadoras.

Destruam a economia, matem o povo, paguem a dívida. O futuro a deus pertence…