O mundo acontece na palma das nossas mãos. Desta forma padronizada que estamos acostumados a ouvir.
Quando penso em escrever, penso que não quero ser igual aos outros, mas quando penso que não quero ser igual aos outros, já me estou a tornar a mesmíssima coisa. É assim a vida complexa dos nossos pensamentos.
São bonitas as frases que circulam pelo facebook, que nos arrepiam, como se houvessem sido escritas para nós, mas não são, nunca serão, suficientes para nos fazer sair do sofá e abandonar a zona de conforto desconfortável.
Pecamos por não compreendermos bem o que desejamos, por derivarmos em caminhos que nem sempre são os nossos, atrás de algo que nos faça felizes momentaneamente.
Mas a felicidade, como o trabalho, a realização, ou qualquer outra coisa gratificante, é trabalhosa, custosa. E eu, na minha ingénua ideia de viver, na qual já errei, uma e outra vez, digo-vos: se me dessem o destino sem luta, jamais o quereria para mim.
Gosto de bater com a cabeça de vez em quando, gosto que me digam, olhos nos olhos: acorda, Ral. São as pessoas que me marcam.
Gosto desses choques, da necessidade de mudar de direcção e não saber como fazê-lo, de ter que arranjar algo de novo para mim e metamorfosear-me para continuar a ser eu mesmo. Apaixono-me pela luta, quando pressinto para onde anseio ir.
Vivo entre barreiras, a aproveitar o espaço ermo delas. Há luz até no escuro. E eu sou claridade, agora que sei para onde quero ir.