As escolhas

As escolhas

Os passos são custosos de ser dados, quando são pensados. A vida leva estes caminhos enviesados, às vezes certos, às vezes errados, que nos obrigam a fazer escolhas de quando a quando.

Fazer escolhas, não é fácil. E isso não acontece pelo bom e mau, pelo saber que algo fica para trás e um novo pode estar a chegar. Não. Não creio que esse seja o problema. Acredito mais, com toda a dose de erro que possa ter, que a dificuldade das escolhas está no pensamento.

Encontramos na vida uma tão grande ânsia de automatizar processos e sensações, de modo a que nada nos surpreenda, muito menos tire do conforto de adivinharmos o que vem de seguida, que quando chega um momento em que é preciso fazer escolhas ficamos todos atordoados. Em casos, a escolha até é fácil e óbvia aos outros, de tão natural que é que existe apenas um caminho. Mas quem está nela, verga-se ao peso. O problema não está no que se vai perder ou no que se vai ganhar, está no decidir. No simples impulso, ou ponderação, de afirmar.

É um peso. Escolher, é um peso. É um assumo de responsabilidade e não estamos habituados a lidar com isso, pois preparamos a vida para os automatismos. Se eu fizer isto, acontece aquilo. E, desse modo, triste até, procuramos a maturidade para perder o encanto de viver. Eu quero continuar a sofrer. É sinal que continuo a ser surpreendido e a ter que fazer escolhas. Uns perceber-me-ão, outros nem tanto. Mas a vida é longa e eu quero aproveitá-la. Porque do sofrimento também vem a felicidade. Existe a escolha.